O impacto femoroacetabular (IFA) é uma condição onde ocorre um choque anormal entre colo do fêmur contra o acetábulo durante os movimentos do quadril. Esse impacto pode acontecer quando há um crescimento ósseo anormal na região entre o colo e a cabeça femoral, ou no acetábulo, ou em ambos simultaneamente.
Quando ocorre o crescimento ósseo (bump) na região entre o colo e a cabeça femoral, o formato redondo da cabeça do fêmur (Impacto tipo CAM/CAME) é perdido e durante principalmente os movimentos de flexionar e rodar o quadril para dentro e para fora, como acontece quando entramos e saímos de um carro, ocorre o choque entre a deformidade e a borda do acetábulo. É o choque entre as duas estruturas ósseas que vai levar o paciente a sentir dor no quadril durante os movimentos. Além disso, esse impacto pode levar a lesão de uma importante estrutura que estabiliza a articulação do quadril e pode aparecer no laudo da ressonância um achado de “Lesão do labrum acetabular” ou “Lesão labral”. Este tipo de impacto é geralmente mais encontrado em homens jovens ou atletas.
O segundo tipo de impacto (Tipo Pincer), que ocorre pelo aumento ósseo no acetábulo, gerando uma cobertura mais proeminente da cabeça femoral. Durante a realização dos movimentos do quadril também vai ocorrer o contato precoce entre os ossos dessa articulação, gerando dor e muitas vezes lesões labrais associadas a cistos perilabrais e roturas. Este tipo de impacto é geralmente mais encontrado nas mulheres jovens.

O terceiro tipo de impacto é o misto, quando há uma associação entre os dois tipos anteriores descritos, ou seja, existe deformidade óssea tanto no fêmur quanto no acetábulo. Inclusive esse é o tipo mais comum encontrado nos nossos pacientes.
Quais os sinais e sintomas?
O principal sintoma do impacto femoroacetabular é a dor, que pode aumentar ao longo do tempo se ocorrer um desgasta da articulação do quadril. É sempre bom estar atento para dores que irradiam para a região do púbis e lombar, elas podem aparecer nos pacientes portadores de IFA. É comum, também, que o paciente se queixe de estalidos durante os movimentos. Para realizar o diagnóstico é necessário, além de uma boa consulta com o ortopedista, a realização de radiografias e ressonância magnética do quadril doloroso.
Qual o tratamento?
O tratamento inicialmente pode ser conservador, a depender do quadro clínico do paciente e dos exames realizados. Nesse caso a reabilitação com fisioterapia para reestabelecer o equilíbrio muscular e reduzir a dor são importantes aliados do paciente. Já o tratamento cirúrgico de excelência é realizado por artroscopia ou videoartroscopia do quadril, que é uma cirurgia realizada por vídeo, com dois cortes de aproximadamente 1cm na região lateral da coxa do paciente, para ser feito o reparo da lesão labral (se existir) e correção da deformidade óssea.
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